Henrique Vicente

Thursday, June 08, 2006

O real interesse da Microsoft sob a pirataria

Um traficante de drogas costuma oferecer as suas drogas para uma pessoa a fim de transformá-la em dependente e, assim, conseguir dinheiro da mesma.

A Microsoft, para quem não sabe, usa a mesma idéia.

Uma coisa que parece ser difícil entender é como a pirataria de software hoje em dia é tratada com descaso por não ser combatida pelas autoridades. Afinal, se já está começando a aparecer até processadores de física, que prometem para dar maior realismo aos jogos que usam cenários 3D (principalmente), como pode ainda não terem inventado um dispositivo anti-pirataria eficiente?

Bem, inventaram sim, só que a Microsoft parece não fazer questão de sequer falar que planeja implementá-lo em seus sistemas em um futuro distante. Nem mesmo nos sistemas mais caros...

Mas, por que motivo?
Em meu ponto de vista por isso não ser um atrativo mercadológico para a mesma. Não pelo fato de, de um forma ou de outra, conseguirem quebrar a proteção. Mas pelo fato dela não estar interessada em proteger os seus programas.

Como não?
Assim como um traficante qualquer ela também usa a mesma metodologia para alcançar usuários. No início da mesma ela liberou gratuitamente os seus programas para que fabricantes instalassem em computadores vendidos pelos mesmos. Não tenho certeza, mas há quem diga que ela incentivou isso de uma forma legalmente ilícita (talvez por causa dos acordos de oligopólio que mantinha com a IBM na qual a Microsoft faria sistemas operacionais para serem usados em casa e o trabalho de gente grande - sistemas para serem usados em escritórios - a IBM que deveria ficar, no caso com o OS/2). Mas - por debaixo dos panos - com um acordo de ignorar o que acontecia.

O fato é que a metodologia de traficante faz ela ser a líder em plataformas para o uso doméstico e estações de trabalho hoje em dia, ainda que seus sistemas sejam de baixa qualidade. Ou seja, primeiro vicia, depois que o povo tá viciado pode misturar um pouquinho de sal no pó de pouquinho e pouquinho mesmo que ninguém percebe... Só melhora a pureza (no caso, a qualidade) da droga se aparecer um traficante com quem ela não tem como "dar um jeito".

Então...

Com isso você acha mesmo que ela iria pensar em usar um Hasp? Ela não é besta. Quer mais é distância...

Ué, mas o mercado já não está dominado?
Sim. Para facilitar vamos ignorar o fato dela está perdendo espaço... Após dominar o mercado ela não iria deixá-lo em paz. Ia? Claro que não! Senão o jogo virava para ela. A idéia é...

Deixe que os usuários residenciais usem Windows pirata. Mas coloque alguma dificuldade no uso deles. Que tal proibí-los de fazer upgrade? Ou que tal mostrá-los uma mensagem avisando sobre problemas de licença?

Usuários corporativos pequenos podem usar a vontade também... Não há fiscalização mesmo. Opa, cuidado aí. Quem disse que não há? Há sim, mas pouca. O suficiente para deixar uma boa parte de usuários corporativos preocupados com a situação de cairem na malha fina e decidirem legalizar ao menos parte de seus parques. Por isso não há um combate sério à pirataria. Há apenas marketing anti-pirataria de tempo em tempo. Realizando apenas uma ou outra batida em lojas de informática pequenas que instalam sistemas piratas para "dar uma lição" aos outros, para que com a repressão eles ao menos adquiram umas licenças e tal.

By the way, como é esse sistema anti-pirataria de que eu falo?
Ele pode ser na forma de um pequeno chaveiro, como um pen-drive, a ser conectado no USB.
No caso, para não torná-lo vulnerável a roubo pode-se colocá-lo dentro do computador, o ligando em algum dos conectores USB internos da placa mãe.

O funcionamento normalmente se baseia no seguinte... O software tenta reconhecê-lo e autenticá-lo (ou fazer ele autenticar o sistema) e, se consegue, ele liberar o sistema.

Isso não é nada ideal, ok... Mas se bem feito pode fazer um programa demorar bons meses até ser finalmente "crackeado". Todavia dá para torná-lo muito mais seguro se armazenar parte do sistema nele em modo encriptografado. Pode parecer uma loucura, mas aí sim dificulta muito o trabalho :)

É uma pena que eles não são doidos de usarem uma coisa assim.


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