Henrique Vicente

Saturday, May 27, 2006

Beagle desgraçado...


Você instalou o SUSE 10.1 ou fez o upgrade do 10.0 para o 10.1 (meu caso), de repente nota que na primeira vez que liga o computador o sistema está lento...

Usa o KDE e descobre que agora há um indexador de documentos... Unm, legal, mas fecha para não deixar o computador lento, usa um pouco, abre e vai dormir na esperança de que de manhã o sistema estará rápido e com tudo indexado... Que maravilha! Mas, surpresa, de manhã você descobre que o tal do programa roda o daemond a parte, desligou o daemond quando você fechou o programa, mas não ligou o daemond quando você abriu. Pense na raiva. Mas você vai sair, liga o daemond, volta de noite e a porcaria ainda não parou de indexar... Esquece, você não precisa tanto de um indexador, não é?

Então... Para piorar você ainda descobre que a porcaria é feita em cima de outra porcaria, porcaria esta que deve ser o motivo da primeira porcaria ser uma porcaria. É feita usando o tal do Mono, uma porcaria desenvolvida por Miguel de Icaza (babão da M$, detalhe que Mono é coisa de .Merd e ele já tentou ser empregado de lá, mas infelizmente foi barrado... Infelizmente porque eu acho que ele não estaria me afetando tanto hoje) que agora infelizmente é um funcionário da Novell e parece está juntando forças para destruir o SUSE, ainda que inconscientemente...

Então você já tá arretado. Pior é você descubrir que o novo sistema de pacotes do SUSE (o zmd) é feito em mono... Ah, aí você já tá querendo matar o Icaza... Bem, já vi que dá para remover o tal do zmd, mas não vou fazer isso porque acho meio arriscado, já que não tou sabendo ainda como isso funciona... E como eu tenho medo do Mono, melhor nem arriscar....

Agora, vamos enviar o Beagle para aquele canto! (Se você for usuário do KDE ou outro desktop environment ou mesmo window manager legal, se for do Gnome, te vira)

Vá no YaST, use o filtro de pesquisa, digite beagle, agora remova todos os pacotes que aparecerem. Remova também o Kerry (cliente do Be). Se você conferir as dependências vai notar que algumas coisas vão precisar ser apagadas também... Então, remova também o Nautilus (você usa KDE, para que quer isso? Jules Verne só não está se remexendo no túmulo porque o Nautilus dele é outro... Mas eu ficaria puto se eu fosse um Nautilus).

Agora verifique se as dependências estão ok, se tiverem aceite e espere desinstalar... Bem, se assim como eu, você decidiu testar (ou mesmo usa) o compiz vai ver que ele precisa do Nautilus do Gnome... Aqui eu acabo de ver que acho que não deveria ter removido o Nautilus... Portanto tente primeiro continuar com o Nautilus e ignorar a dependência do tal do beagle... Acho que funciona.

Enfim, só espero que o Mono morra o quanto antes e que o SUSE 10.2 não me decepcione novamente... Bem, de fato ele está ótimo, mas essas duas coisas são capazes de atrapalhar a sua boa convivência com ele até o momento que você desabilite-as. Bem, como falei, o segundo caso não pretendo arriscar tão cedo, mas o que incomoda é o Beagle mesmo...



Só espero que o verdadeiro Beagle não fique puto por ter seu nome usado em alguma ferramenta tão ruim.

PS: Tou revoltado mesmo.


Thursday, May 18, 2006

Veja = planfeto ruim e mentiroso

A porcaria da Veja já é conhecida por ser um planfeto com o objetivo de espalhar matérias pagas, infundadas e outros lixos.

E parece que ela está determinada a fazer tudo o que os que lhe dão dinheiro pedem. . .

Quanto a cultura livre (incluindo tanto software como conhecimento e arte livre) após ter espalhado um monte de falácias a respeito da Wikipédia que causou até um bate-boca entre eu e um professor de geografia que, desinformado e por, aparentemente, acreditar cegamente no que a Veja diz veio falar besteira sobre a Wikipédia no primeiro dia de aula do ano passado e eu sem saber ainda o motivo. . .

Pouco tempo depois ter incentivado a Época publicar uma matéria excelente mostrando realmente como a Wikipédia funciona, quais os objetivo, etc. Bem. . . Agora, a Veja decidiu falar mal da adoção de software livre por parte do governo.

Eu pensei em colocar algo aqui, mas sou preguiçoso. . .

Portanto (até como já faz um tempo) vou apenas colocar o link para a porcaria da matéria e para uma excelente resposta do ex-presidente do ITI, Sérgio Amadeu.

Se, assim como eu, você não assinar este planfeto caro e ruim, tente arranjar com alguém. . . Edição 1956, 17 de maio de 2006. Para ver o conteúdo online você precisa ou da palavra-chave da edição ou de entrar como assinante.

Se quiser ver o código da edição (só use-o se você tiver comprado-a em banca), está em uma matéria que o brain divulgou comentando sobre o artigo do planfeto. Mas não comprem esse planfeto, vejam em uma banca de jornal.

Aproveitem e cuspam em cima ou se tiverem uma impressora laser eficiente imprimam a resposta do Sérgio Amadeu entre outras e coloque dentro de várias. . . :P

O grátis saiu mais caro. Por um babaca chamado Duda Teixeira.

Veja Mente: A veja não viu? É melhor não ver a Veja. A Veja é um panfleto. Por Sérgio Amadeu.

Atualização: parece que a Veja tirou a matéria do ar (para não passar tanta vergonha, né. . .), http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2006-May/012487.html, uma cópiad dela.


Wednesday, May 03, 2006

Planos para a RedeBrasil

Talvez você não saiba o que era um dia a RedeBrasil e, se sabe, provavelmente está pensando que estou perdendo tempo lidando com algo irreversível.


Mas peço que me dê uma chance e leia até o final...

É do conhecimento de todos que participaram ativamente da RedeBrasil em seu período de auge de que ela era a única grande rede de IRC brasileira em que os usuários eram respeitados como seres humanos e não como consumidores de um produto gratuito, portanto sem garantia. Apesar de (como qualquer coisa feita por seres humanos) não ser, obviamente, uma rede de IRC ideal.

Pois bem, já se passaram anos após o comunicado oficial de que a mesma iria acabar e emergir na oportunista BRASnet. De cá para lá houve diversas tentativas para reverter a situação. Mas nenhuma delas teve o sucesso esperado até agora.

Hoje acredito que uma rede como a de antes é impossível no quesito de mesmos usuários e concentração... Afinal, faz tanto tempo. Mas acho que o momento é bem oportuno para recriar a rede.

Uma pergunta de alguém que não usou o IRC poderia ser: se já existe comunicadores instantâneos como o MSN Messenger e o Jabber, por que eu usaria IRC?

A resposta é simples. O MSN Messenger isola as pessoas de um contato social mais abrangente, as dificultando de conhecer novas pessoas e mesmo os gostos dos amigos através da Internet. Afinal, um "/whois" faz milagre :). Nele simplesmente não há as sala de conversa conhecidas no IRC como canais. No Jabber há, mas o IRC continua superior ao Jabber no quesito de simplicidade no controle e uso do mesmo.

Por exemplo, no IRC eu não preciso de me autenticar. Já nos dois outros serviços acima, preciso. Isso trás comodidade ao usuário, que pode acessar o IRC mesmo fora de casa sem o medo de expor sua senha. E apenas ocasionalmente (em casos de ataques) a rede de IRC obriga a autenticação do usuário.

Um lado forte de uma rede de IRC nacional é a regionalização. Ou seja, usuários da RedeBrasil tendem a ser brasileiros. Antigamente, por exemplo, encontravamos na rede uma grandee concentração de usuários do Recife, Brasília, Barretos, Marília, Acre, Rondônia e mais algumas cidades e Estados. A vantagem nisso é que as pessoas tendem a se conhecerem e estar mais perto dos colaboradores que mantem a rede.

O que exatamente eu penso em fazer para a rede voltar é o seguinte...
  1. Mudar a mentalidade de um ou outro que hoje participa na rede e ainda não notou que a RedeBrasil é uma organização sem fins lucrativos onde o usuário é quem importa. Quem quer colaborar deve saber que a rede é para os usuários e não para uma minoria abusar de poder e se amostrar por causa com status.
  2. Fazer alguma ou outra mudança necessária na base da rede para transformá-la em uma rede livre, se é que não podemos dizer que ela sempre foi... Entenda livre aqui como uma rede que qualquer um possa usar, participar e colaborar. Algo como o que ocorre no software livre mas, no caso, estaria mais para o lado de cultura livre.
  3. Re-estruturar o site da rede, desta vez baseado em wiki, para facilitar a manutenção do mesmo por parte dos que participem da rede.
  4. Convencer alguns contribuidores que juram que falam errado no IRC, mas na "vida real" falam corretamente a falar corretamente no IRC. Afinal, precisamos de passar uma boa impressão para a sociedade. Não basta ter boas idéias se não sabemos passá-las de forma clara e coesa.
  5. Com a base da rede (wiki e serviços) já sólida, divulgar em canais de software e cultura livres para tentar atrair pessoas interessadas em apoiar o projeto.
  6. Como responsável pelo marketing (se ainda estiver nessa posição temporária, já que não pretendo continuar na mesma por causa dos meus estudos), devo ir atrás de empresas que possam estar interessadas em apoiar a rede. O que elas ganham é publicidade indireta e reconhecimento por apoiar um projeto que busca ser um canal de livre comunicação com foco no Brasil. Claro, cuidados judiciais precisam ser tomados para evitar futuros aborrecimentos de ambas as partes.
  7. Buscar a independência. Não necessariamente independência estrutural, mas independência de não depender de poucos para existir. Enfim, ser capaz de se reestruturar a rede mesmo usando meios próprios. Talvez se os envolvidos na RedeBrasil tivessem pensado e/ou analisado isso logo no início da mesma, eu não estivesse escrevendo isso hoje. Apesar do brasileiro ser um ser que dificilmente faz doações para projetos (até mesmo por causa de toda a burocracia existente), hoje manter um serviço na Internet às custas da boa vontade dos usuários já é realidade (fora do país, ao menos). E como cada vez a manutenção de serviços na WEB está mais barata...
Bem, então, é isso...

Eu planejo começar a organizar esse wiki ainda na semana que vem. Além das coisas básicas, planejo ler ao menos parte das documentações da freenode e colocar no wiki recomendações gerais...

Para quem tiver interesse, o domínio antigo já foi recuperado a um bom tempo atrás. E ele é redebrasil.org.br, o servidor de IRC já está funcionando naturalmente sob o irc.redebrasil.org.br, mas provavelmente você só terá interesse em acessá-lo agora se quiser ver como as coisas andam (pode se decepcionar à primeira vista) ou quiser realmente colaborar.